
“Acho que não adianta”
Sim, existem maus profissionais, existem clientes que não estão abert@s a iniciar um processo terapêutico, existem parcerias terapeuta-cliente que não dão “liga”, existem divergências sobre o que significa “adiantar”, existem muitas possibilidades.
No entanto, penso que uma experiência frustrante de terapia não deve (ou não deveria) servir de base para não lançar mão da psicoterapia quando necessário.
“Acho caro”
Não discordo.
O cuidado com a saúde mental deveria ser mais acessível à população. Uma pessoa que não está bem emocionalmente trabalha mal, se alimenta mal, tudo fica ruim e isto impacta seu entorno e vice-versa. Saúde mental não é luxo.
E quando pensamos n@s psicólog@s da iniciativa privada, muitas vezes nos escapam os gastos relacionados à profissão. Mas existem iniciativas de instituições, clínicas, universidades que se propõem a atender por valores simbólicos. Nem sempre a equação oferta-procura é bem equilibrada, mas cabe pesquisar e cobrar iniciativas neste sentido. E quando pensamos nos gastos com terapia como investimento em nós mesm@s? Da mesma forma que investimos na formação acadêmica, no lazer, na boa alimentação, na apresentação pessoal? Investir na saúde mental.
“Tenho medo das possíveis mudanças”
Acho este pensamento muito intrigante. Ele me deixa com a sensação de que esta pessoa sabe que existe algo ali no cantinho que se for olhado com mais atenção vai retirá-la da zona de conforto. E é algo que ela pressente como assustador, ameaçador, que deve ser deixado na escuridão, esquecendo que “os fantasmas” quando levados para o meio da sala e postos em claras palavras perdem muito do seu poder.
Sim, a terapia está aí para isso. Tornar figura o que já existe, mas está meio disperso num fundo nebuloso.
Mas saiba que isso só vai acontecer se, como e quando @ cliente quiser e/ou puder.
“Não quero pensar pela cabeça d@ psicólog@”
Um@ profissional étic@ sempre vai respeitar os limites e as possibilidades d@ cliente.
Uma boa relação terapêutica vai ser construída a partir do reconhecimento das identificações e diferenças entre psicolog@ e cliente.
Quem dá o passo, o roteiro da caminhada é @ cliente. @ psicolog@ vai caminhando ao lado, nem à frente nem atrás, buscando indicar detalhes que sozinh@ @ cliente não conseguia ver.
O que fará (ou não) a partir das novas descobertas e percepções, de um caminho que é todo seu, é da escolha d@ cliente.




